UE aprova retaliação comercial contra os EUA e inicia aplicação de tarifas na próxima semana

por Fernanda Tegi do Prado
09/04/2025

Bloco europeu mira produtos norte-americanos como milho, trigo, motocicletas e roupas após escalada tarifária de Trump; medidas começam em 15 de abril e seguem até dezembro

A União Europeia aprovou nesta quarta-feira, 9, suas primeiras contramedidas às tarifas impostas pelos Estados Unidos sob o governo do presidente Donald Trump, unindo-se à China e ao Canadá na crescente tensão de um conflito comercial global. Os 27 países-membros do bloco votaram majoritariamente a favor da medida — com exceção da Hungria — permitindo que as novas tarifas comecem a ser aplicadas a partir da próxima terça-feira, 15 de abril.

 

As taxas incidirão, em sua maioria, sobre produtos norte-americanos com alíquota de 25%, em resposta direta às tarifas norte-americanas sobre aço, alumínio e automóveis europeus. Entre os itens que serão sobretaxados estão milho, trigo, cevada, arroz, aves, frutas, madeira, roupas, motocicletas e fio dental. A lista, segundo documento obtido pela Reuters, abrange cerca de 21 bilhões de euros em importações anuais, valor inferior aos 26 bilhões de euros em exportações europeias impactadas pelas tarifas dos EUA.

 

A aplicação das tarifas será feita em etapas: a primeira em 15 de abril, seguida por uma nova leva em 16 de maio e uma fase final, que incluirá amêndoas e soja, programada para 1º de dezembro. Produtos como laticínios e bebidas alcoólicas, inicialmente listados, foram removidos após preocupações levantadas por países como França e Itália, diante da ameaça de Trump de aplicar tarifas de até 200% sobre vinhos e destilados europeus.

 

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A decisão da UE ocorre no mesmo dia em que os EUA implementaram sua nova rodada de tarifas "recíprocas" sobre dezenas de países, incluindo uma tarifa total de 104% sobre produtos chineses. O movimento dos EUA ampliou o escopo das tarifas, aplicando alíquotas de 25% sobre metais europeus e 20% sobre quase todos os demais produtos.

 

“A UE permanece aberta ao diálogo, mas não hesitará em defender seus interesses”, afirmou a Comissão Europeia em nota oficial, acrescentando que “essas contramedidas podem ser suspensas a qualquer momento, caso os EUA concordem com um resultado negociado justo e equilibrado”.

 

A crescente troca de tarifas entre grandes economias tem pressionado os mercados financeiros e acentuado a preocupação com os impactos sobre o comércio global e a estabilidade econômica internacional.

 

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