Inflação desacelera para 0,43% em abril, mas alimentos e medicamentos seguem pressionando o índice

por Fernanda Tegi do Prado
09/05/2025

Batata e tomate lideram alta no grupo de alimentação; remédios sobem após reajuste autorizado em março

A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou alta de 0,43% em abril, desacelerando em relação ao avanço de 0,56% observado em março. No acumulado de 12 meses, a taxa passou de 5,48% para 5,53%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

O grupo Alimentação e bebidas foi o principal responsável pela alta do índice, com variação de 0,82% e impacto de 0,18 ponto percentual (p.p.). Apesar da desaceleração frente a março (1,17%), o segmento ainda sofre influência de produtos que registraram aumentos expressivos, como batata-inglesa (18,29%), tomate (14,32%) e café moído (4,48%). A alimentação no domicílio subiu 0,83%, enquanto a fora do domicílio teve alta de 0,80%.

 

“O grupo alimentação é o de maior peso no IPCA, por isso, mesmo desacelerando, exerce impacto importante. Em abril, observamos um maior espalhamento de taxas positivas, com índice de difusão subindo de 55% para 70%”, explicou Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa.

 

Outro destaque foi o grupo Saúde e cuidados pessoais, que avançou 1,18% e respondeu por 0,16 p.p. do índice geral. O aumento de 2,32% nos produtos farmacêuticos – maior impacto individual positivo do mês (0,08 p.p.) – reflete a autorização de reajuste de até 5,09% no preço dos medicamentos a partir de 31 de março. Também contribuíram os itens de higiene pessoal, com alta de 1,09%.

 

Na contramão, o grupo Transportes registrou queda de 0,38% em abril, puxado pela redução nas passagens aéreas (-14,15%) e nos combustíveis (-0,45%). Todos os tipos de combustíveis apresentaram recuo: óleo diesel (-1,27%), gás veicular (-0,91%), etanol (-0,82%) e gasolina (-0,35%). “No caso do diesel, houve redução nas refinarias a partir de 1º de abril. Já o etanol foi favorecido pelo avanço da safra”, explicou Gonçalves.

 

Inflação desacelera para 0,43% em abril, mas alimentos e medicamentos seguem pressionando o índice

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Entre os demais grupos, Vestuário subiu 1,02%, impulsionado pela entrada das novas coleções com a troca de estação. Já Despesas pessoais aumentou 0,54%, com destaque para cigarros (2,71%) e serviços bancários (0,87%). Habitação desacelerou de 0,24% para 0,14%, influenciada pela queda de 0,08% na energia elétrica residencial, após redução no PIS/Cofins em algumas localidades.

 

Nos agregados especiais, os preços dos serviços desaceleraram de 0,62% para 0,20%, enquanto os preços monitorados aceleraram de 0,18% para 0,35%, reflexo do reajuste dos medicamentos.

 

Entre as regiões pesquisadas, Porto Alegre apresentou a maior variação, com alta de 0,95%, influenciada pelo encarecimento da energia elétrica (3,37%) e do tomate (45,96%). Brasília teve a menor variação, com 0,04%, devido à queda nas passagens aéreas e na gasolina.

 

INPC sobe 0,48% no mês, puxado por alimentos e energia

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que reflete a inflação para famílias com renda mais baixa, subiu 0,48% em abril. No acumulado do ano, a taxa está em 2,49%, e em 12 meses, soma 5,32%, acima dos 5,20% registrados anteriormente.

 

Os produtos alimentícios desaceleraram de 1,08% em março para 0,76% em abril, enquanto os não alimentícios avançaram de 0,32% para 0,39%. Assim como no IPCA, Porto Alegre teve a maior variação (1,07%) e Brasília, a menor (0,01%).

 

 

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