Empresas alcançam captação recorde de R$ 484,2 bilhões no mercado de capitais até agosto, marcando o maior volume já registrado para esse período

por Filipe Texeira
13/09/2024

As debêntures foram o principal destaque do ano, atingindo um recorde de R$ 283,9 bilhões em captação no acumulado dos primeiros oito meses

As empresas já captaram R$ 484,2 bilhões no mercado de capitais até agosto de 2024, estabelecendo um volume recorde para o período, conforme dados da Anbima.Esse montante já supera o total registrado em 2023, que foi de R$ 467,3 bilhões.

 

Somente em agosto, as captações atingiram R$ 47,3 bilhões, representando um aumento de 30,7% em comparação ao mesmo mês do ano anterior, de acordo com o boletim da Anbima.

As emissões de debêntures em agosto somaram R$ 27,1 bilhões, um crescimento de 39%. No acumulado do ano, as emissões de debêntures alcançaram R$ 283,9 bilhões, marcando um novo recorde para o período.

 

Empresas como Usiminas (R$ 1,6 bilhão), Assaí (R$ 2,8 bilhões) e Sabesp (R$ 2,5 bilhões) estão entre as que realizaram ou preparam emissões desses títulos de dívida.

 

Em 2024, as empresas têm emitido debêntures principalmente para financiar investimentos em infraestrutura, que correspondem a 27,6% do total captado, e para gestão de caixa, que representa 25,2%.

Os principais compradores desses papéis foram os intermediários de ofertas públicas, como os bancos, que adquiriram 47,2% dos títulos, e os fundos de investimento, com 44,9%, impulsionados pelo aumento das aplicações em fundos de papéis privados. O prazo médio das debêntures emitidas em 2024 chegou a 8 anos.

 

Empresas alcançam captação recorde de R$ 484,2 bilhões no mercado de capitais até agosto, marcando o maior volume já registrado para esse período

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Segundo Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima, os recordes consecutivos deste ano se devem às condições favoráveis do mercado de capitais, à liquidez do mercado secundário e à evolução regulatória, especialmente em relação às debêntures de infraestrutura.

 

Crescimento da securitização

Produtos de securitização também apresentaram forte crescimento, com destaque para os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios), que captaram R$ 4,5 bilhões em agosto, um salto de 187,9% em relação ao mesmo mês de 2023.

No acumulado do ano, o valor chega a R$ 43,3 bilhões, superando o total de 2023.

 

Os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) somaram R$ 4,2 bilhões em agosto, uma queda de 42,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, a captação acumulada no ano, de R$ 39 bilhões, é recorde para os primeiros oito meses.

 

Já os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) atingiram R$ 1,6 bilhão em agosto, com uma leve queda de 4,5% em comparação com agosto de 2023.

No acumulado do ano, os CRAs somaram R$ 27 bilhões, contra R$ 20 bilhões no mesmo período do ano anterior.

 

As ofertas de FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário) totalizaram R$ 2,6 bilhões em agosto, uma redução de 23,5% em relação ao mesmo mês do ano passado.

No acumulado do ano, as captações de FIIs somam R$ 34,7 bilhões, um aumento de 14,8% em comparação ao total de 2023.

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