Custo da construção acelera em abril e INCC-M sobe 0,59%, maior alta desde agosto de 2023

Aumento nos custos com mão de obra e serviços impulsiona índice; inflação acumulada em 12 meses atinge 7,52%, mais que o dobro do registrado há um ano
O Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), acelerou para 0,59% em abril, após avançar 0,38% em março. Com o resultado, o índice acumula alta de 2,37% no ano e de expressivos 7,52% nos últimos 12 meses — mais que o dobro da taxa de 3,48% registrada no mesmo período encerrado em abril de 2024. Trata-se da maior variação mensal desde agosto do ano passado.
A alta em abril foi puxada principalmente pela aceleração do grupo Mão de Obra, cuja taxa passou de 0,35% para 0,91% no mês. A elevação reflete reajustes salariais e acordos coletivos firmados em importantes capitais, contribuindo de forma significativa para o avanço do custo da construção civil.
No grupo Materiais, Equipamentos e Serviços, a variação foi de 0,37%, levemente inferior à taxa de 0,40% observada em março. O segmento de Materiais e Equipamentos teve alta de 0,35%, com destaque para o subgrupo "materiais para estrutura", que desacelerou de 0,37% para 0,16%. Três dos quatro subgrupos da categoria apresentaram recuo em suas taxas de variação, sinalizando uma suavização nos preços desses insumos.
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Já os Serviços aceleraram de 0,19% em março para 0,50% em abril, com impulso significativo do item "projetos", cuja taxa passou de 0,17% para 0,59%.
O comportamento regional também teve papel relevante na composição do índice. Entre as sete capitais pesquisadas, seis registraram aceleração dos custos da construção: Salvador (0,44% para 0,61%), Brasília (0,25% para 0,64%), Belo Horizonte (0,07% para 0,32%), Recife (0,09% para 0,33%), Rio de Janeiro (0,31% para 0,74%) e São Paulo (0,38% para 0,59%). Porto Alegre foi a única cidade com desaceleração, passando de 0,39% em março para 0,31% em abril.
O INCC-M é um dos indicadores que compõem o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), referência para reajustes de contratos, especialmente no setor imobiliário. O avanço do índice reforça o alerta para os custos crescentes na cadeia da construção civil, que impactam diretamente o setor produtivo e o mercado de habitação.
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