Contas públicas registram superávit recorde de R$ 104 bilhões em janeiro e dívida bruta recua

O setor público consolidado brasileiro registrou um superávit primário de R$ 104,1 bilhões em janeiro, um recorde para o mês na série histórica iniciada em 2002, segundo dados divulgados pelo Banco Central. O desempenho positivo superou as projeções do mercado, que esperavam um superávit próximo a R$ 102 bilhões. O resultado foi impulsionado pelo governo federal, que registrou um saldo positivo de R$ 83,15 bilhões, enquanto estados e municípios somaram R$ 21,95 bilhões. As empresas estatais, por outro lado, apresentaram um déficit de R$ 1 bilhão.

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Com o superávit expressivo, a dívida pública bruta do Brasil recuou de 76,1% para 75,3% do Produto Interno Bruto (PIB), contrariando as expectativas do mercado, que projetavam um leve aumento. Já a dívida líquida caiu para 60,8% do PIB, ante 61,2% em dezembro. O resultado nominal, que considera o pagamento dos juros da dívida, também foi positivo, alcançando R$ 63,7 bilhões no mês. No acumulado de 12 meses, no entanto, o déficit nominal ainda é expressivo, totalizando R$ 956 bilhões, ou 8,05% do PIB.

O saldo positivo das contas públicas em janeiro se deve, em grande parte, ao aumento sazonal da arrecadação no primeiro mês do ano, quando há uma maior entrada de receitas nos cofres do governo. Além disso, as despesas ficaram limitadas, já que o Orçamento de 2025 ainda não foi aprovado, o que restringiu os gastos do governo federal. Especialistas destacam que, apesar do bom resultado no início do ano, a sustentabilidade fiscal dependerá do desempenho da arrecadação nos próximos meses e da capacidade do governo de controlar despesas para manter o equilíbrio das contas públicas.

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